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Bancos adotam blockchain para rastreamento de criptomoedas

O Departamento de Serviços Financeiros do Estado de Nova York (NYDFS) anunciou uma nova diretriz que exige que os bancos implementem a tecnologia blockchain em seus programas de compliance. Essa decisão é mais um passo para aumentar o controle sobre os ativos digitais, refletindo a crescente importância da blockchain no setor financeiro.

No comunicado divulgado em 17 de setembro, a superintendente Adrienne Harris determinou que todas as instituições financeiras em Nova York, incluindo filiais de bancos estrangeiros, adotem ferramentas de monitoramento baseadas em blockchain. Isso é necessário para lidar com os riscos associados às criptomoedas. A ideia é que, à medida que os bancos tradicionais se envolvem mais com o mundo cripto, suas práticas de controle precisem se adaptar.

### Bancos adotam blockchain para rastrear cripto

A nova orientação é uma resposta ao crescente uso de criptomoedas por bancos. Harris ressaltou que, com a entrada dos bancos tradicionais nesse mercado, é essencial que eles adotem novas tecnologias para mitigar riscos diferentes e emergentes. A carta emitida pelo NYDFS destaca que a blockchain pode oferecer inteligência aplicada, semelhante às ferramentas já utilizadas pelas empresas de criptomoedas licenciadas.

Essa tecnologia permitirá que os bancos rastreiem carteiras de clientes, verifiquem a origem de fundos de serviços de ativos virtuais e monitorem ações que podem estar ligadas à lavagem de dinheiro ou a crimes financeiros. Além disso, os bancos terão de avaliar riscos em novos produtos e comparar transações reais com atividades esperadas — um processo que deverá ser revisto continuamente.

### Adoção da tecnologia reforça proteção do sistema financeiro

O NYDFS posiciona essa exigência como parte de sua estratégia mais ampla de proteger o sistema financeiro do estado. Junto a isso, as regras de cibersegurança também estão recebendo atenção especial. A partir de 1º de novembro de 2025, bancos e outras instituições terão que seguir normas mais rigorosas, que incluem a autenticação multifatorial (MFA) para todas as acessos a sistemas internos.

Essas mudanças são uma resposta a ataques cibernéticos frequentes e ao aumento da adoção de criptomoedas. O NYDFS vê a blockchain como uma ferramenta crucial para combater crimes financeiros, enquanto a implementação da MFA é um reforço contra possíveis violências digitais.

### Rede blockchain ganha força contra crimes cripto

O uso do blockchain é cada vez mais essencial na detecção de crimes, já que o uso ilícito dos ativos digitais tem crescido. Um exemplo disso foi um relatório da Chainalysis, que apontou relações financeiras entre cartéis de drogas mexicanos e fornecedores de drogas da China através de transações em cripto. Entre 2018 e 2023, mais de 37,8 milhões de dólares em transações suspeitas foram registradas.

Os investigadores destacaram que as criptomoedas facilitaram para traficantes moverem dinheiro entre países sem contato físico, formando uma rede clandestina que conecta China, México e EUA. Essa mesma tecnologia também vem sendo utilizada para combater cibercrimes — em um caso recente, as autoridades gregas congelaram fundos no valor de 1,5 bilhão de dólares após um ataque a uma exchange.

### Análises blockchain em alta

O setor privado também está se adaptando a essa nova realidade. A Tether, por exemplo, anunciou um investimento na Crystal Intelligence, uma empresa especializada em análises de blockchain que auxilia reguladores e autoridades a monitorar transações ilegais. Esta parceria fortalecerá a iniciativa Scam Alert, que identifica carteiras associadas a fraudes e golpes.

Enquanto os Estados Unidos intensificam sua luta contra fraudes em criptomoedas, perdas significativas têm sido relatadas. O FBI, por exemplo, mencionou que em 2024 houve uma perda total de 9,3 bilhões de dólares, principalmente devido a golpes de investimento. Em uma pesquisa separada, a CertiK afirmou que o primeiro semestre de 2025 viu perdas de mais de 2,2 bilhões de dólares, impulsionadas por roubos de carteiras e golpes de phishing.

Rafael Cockell

Administrador, com pós-graduação em Marketing Digital. Cerca de 4 anos de experiência com redação de conteúdos para web.

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